AUTOESTIMA
Vivemos em uma sociedade impregnada pelo paradigma da eficiência e da perfeição, numa formula que inclui produção total, eficácia, corpo escultural, fama, status, e uma fome insaciável por novas emoções.
Podemos afirmar que nossa sociedade é estética, do tipo empresarial, e todas as nossas ações estão em função da qualidade do produto e não da pessoa. Esta exigência nos leva a dar o máximo em tudo, correr para se superar sempre, evitar as relações afetivas (não podemos perder tempo) e ter uma enorme sensação de vazio interior. Sem nos darmos conta, cultuamos a hipótese do não-limite, ou seja, não existem limites, não existem obstáculos, a vida é um enorme sim.
Sabemos que o homem jamais está terminado, mas, sim, aberto à possibilidade do erro, e um processo contínuo de aprendizagem, mudanças e riscos. Em algum momento nos deparamos com a dimensão do conflito existente entre o ideal da perfeição e a frágil realidade de nossa natureza humana.
Impossibilitados de responder a tantas exigências, nos perguntamos; “Onde estamos ¿ Temos qualidade de vida¿ Qual impacto sobre nossa autoestima¿ ”
De todos os julgamentos que fazemos e aos quais nos submetemos nenhum é tão vital quanto o que fazemos sobre nós mesmos.
Nossas reações aos acontecimentos, a maneira como nos posicionamos no mundo são, em essência, determinados pela imagem e pensamento; “quem eu sou ¿” – nossas características físicas e psicológicas, os pontos positivos e negativos e, acima de tudo, nossa autoestima. Assim, a autoestima é fator determinante para o sucesso ou fracasso, para nos entendermos e compreendermos o outro e o mundo – requisito básico para uma vida satisfatória e com qualidade.
Sendo essencial, precisamos entender o que é autoestima, como se forma e como se desenvolve.
A autoestima parte de dois componentes;
O sentimento de competência pessoal e o sentimento de valor pessoal, ou seja, autoconfiança e auto respeito. É sentir-se confiante diante dos desafios e crises da vida, sentir-se competente e merecedor da felicidade.
Ao contrário do que muitos pensam, a autoestima pode e deve ser desenvolvida ao longo de toda a vida começamos a formá-la desde pequenos, por meio da informação que recebemos de pais, irmãos e avós, e posteriormente de outras pessoas de nosso convívio social como professores, vizinhos e amigos.
Durante a vida, passamos por vários graus de autoestima. É ilusão acreditar que alguém seja totalmente autoconfiante, e em tempo integral. Quando crianças, nossa autoconfiança e auto respeito podem ser alimentados ou destruídos. Já adultos passamos a ser responsáveis pela própria autoestima, afinal ninguém pensa por nós, ninguém pode nos dar autoconfiança e amor-próprio. Posso ser amada por várias pessoas e mesmo assim não me amar. A grande armadilha é procurar a autoconfiança e a autoestima no aplauso dos outros, nas conquistas materiais ou em posições sociais.
Nossa capacidade de pensar é fonte básica para desenvolver a competência e a convicção de que somos capazes de viver de maneira autônoma, nos responsabilizando por nossas escolhas, tendo confiança e consciência, sabendo que somos merecedores da bondade e da vida plena.
Quando começamos a entende-la como um processo de desenvolvimento interno, uma ampliação da consciência, uma maturidade espiritual, deixamos de nos sentir vítimas dos outros e da sociedade, vemos que a vida não competitiva nem comparativa.
Aceitamos nossos limites e imperfeições, nos tornamos capazes de estabelecer relações sociais e afetivas mais sadias com nós mesmos, com os outros e com o ambiente.
Uma autoestima saudável é essencial para nos dar condição de reagir ativa e positivamente ás oportunidades da vida, seja no trabalho, nas relações afetivas e no lazer. É serenidade de espírito que torna possível desfrutar a vida.