Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde há mais de 2,5 milhões de alunos com altas habilidades/superdotação regularmente matriculados nas escolas brasileiras, no entanto, por falta de identificação destes mesmos alunos, temos como consequência direta o impedimento de ações e intervenções.
Considerando a especificidade dessas crianças e adolescentes vários estudos são realizados e na grande maioria se salienta a importância do envolvimento e interação dos professores, do psicólogo e dos demais profissionais que participam do processo de desenvolvimentos dos mesmos.
Sobre a terminologia atual ainda existem discordâncias entres os estudiosos da área. Existem especialistas que defendem a supressão do termo “superdotado” enquanto outros optam por denominar como “aprendizes capazes”, pois se referem não ao indivíduo, mas ao desenvolvimento de comportamentos superdotados.
No Brasil apenas em 2001 foi criada a Resolução CNE/CEB n° 2 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, no artigo 5º, inciso III, define que as crianças e adolescentes com altas habilidades/superdotação como sendo aqueles que apresentam grande facilidade de aprendizagem, levando-os a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
É importante a busca pela compreensão do conceito para que se possa identificar os indivíduos com altas habilidades.
Para se ter um diagnóstico preciso, é necessário a realização de Avaliação Psicológica de Altas Habilidades. Nesta avaliação é utilizado o Teste de Quociente de Inteligência (QI), ( este teste é restrito a psicólogos habilitados). A aplicação de testes de inteligência tem como foco a identificação das inteligências nas áreas de lógica e de lógica-linguística. Ressaltamos que o teste de QI é de altíssima qualidade e fidedignidade.
Além do teste também se faz necessário avaliar outros 3 pontos. Segundo o psicólogo educacional americano Joseph Renzulli a superdotação seria composta por: habilidade acima da média; motivação com alto nível de produtividade e a criatividade.
Reconhecer o potencial de crianças e adolescentes com Altas Habilidades/ Superdotação é necessário não apenas para que esta criança ou adolescentes se torne uma pessoa produtiva nas áreas de desenvolvimento da tecnologia, cultura e da educação e sim para melhor compreensão do indivíduo, o que vai colaborando na sua socialização e integração com os demais, e consequentemente na sua qualidade de vida.
Nathalia G. Moreira
Psicóloga Clínica - CRP 129.528/SP