A demanda para cuidados relacionados a tentativas de suicídio, comportamentos autodestrutivos e impactos causados pelos casos de suicídio é crescente nos serviços de saúde mental.
Para iniciar a compreensão deste tema, é necessário ressaltar sua complexidade e a importância de englobar famílias e escolas neste cuidado. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de suicídios no Brasil aumentou 7% nos últimos seis anos e somos o oitavo país em número absoluto de mortes por suicídio.
São os idosos a faixa etária com maior número de casos, mas a taxa entre adolescentes e jovens vem aumentando cada vez mais, sendo a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos.
O que é suicídio?
O suicídio é um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. (Manual ABP) Este é um fenômeno multifatorial, que engloba aspectos genéticos, sociais, orgânicos e emocionais.
A adolescência é a fase do desenvolvimento humano em que se enfrenta profundas mudanças, o corpo infantil muda, a sexualidade torna-se evidente. O jovem busca assumir o controle de seus atos e escolhas, querendo mostrar para e si e para os outros que é capaz de ter suas próprias ideias e fazer o seu caminho. O campo para muitos conflitos e dúvidas está aberto. O bullying e o cyberbullying são temas frequentes no cotidiano de adolescentes e famílias e tem gerado muito sofrimento. Ainda há outros tantos fatores que elevam o risco de suicídio nesta faixa etária: tentativas prévias, transtornos psiquiátricos, abuso de drogas lícitas e ilícitas, abuso sexual, violência e negligência familiar, doenças, histórico de suicídio na família, comportamentos autodestrutivos e fracasso escolar. Mas, temos fatores protetores importantes nesta etapa da vida que precisam ser destacados, e os principais são o apoio e bom relacionamento familiar, relações sociais saudáveis, noção de sentido para sua vida, apoio social e acesso a ajuda especializada. Suicídio é um ato de comunicação, uma forma de mostrar à sociedade o que não está bem. É comum ser precedido por outros pedidos de ajuda em cartas, bilhetes, posts na internet. Fique atento aos sinais e não minimize estes avisos, ao contrário, na dúvida procure ajuda de um especialista, seja um médico psiquiatra ou uma psicóloga.
ALINE TOGNATO PSICÓLOGA - CRP-SP 06/90512