A adolescência pode ser definida como um período de descoberta dos próprios limites, denotando questionamento dos valores, das normas familiares e de adesão aos valores e normas do grupo de amigos. Sendo, portanto um tempo de rupturas e aprendizados. Uma etapa marcada pela necessidade de integração social, busca da autoafirmação, independência individual e definição de uma identidade.
Atualmente, discute-se sobre os impactos do uso excessivo das tecnologias digitais pelos adolescentes, questionando-se sobre os benefícios ou malefícios no desenvolvimento deste público.
A família deve ficar atenta ao mundo frequentado por seus filhos, seja ele real ou virtual, percebendo como esses novos meios de comunicação influenciam e alteram a dinâmica de diálogo intrafamiliar. É importante enfatizar, a negociação entre os responsáveis e os adolescentes de regras e limites em relação ao tempo de uso destas tecnologias, no sentido de evitar riscos do uso abusivo, bem como, uma ação assertiva para que não possam estar expostos a conteúdo prejudicial, pornografia, bullying, crimes cibernéticos, dependência digital, isolamento social, comunicação empobrecida, problemas na aprendizagem, interação social superficial e de “falsa intimidade”. Portanto implantando ações que previnam o uso excessivo, geradores de comodismo e separação do convívio social, fatores que podem levar à solidão e depressão.
Outra questão é o poder exercido pelas tecnologias digitais em relação à cognição dos adolescentes, devido às estimulações audiovisuais e emocionais estarem em sua atividade máxima, ou seja, gerando uma sobrecarga no cérebro na forma de textos, imagens e vídeo, sendo que estudos mostram sua influência como causadores de comportamento antissocial, manias, distúrbios do sono, ansiedade, transtornos de atenção e concentração e outros.
Esta situação do uso excessivo das tecnologias digitais pelo adolescente pode ter no trabalho da psicoterapia um grande aliado no enfrentamento do problema através de técnicas tais como: psicoeducação, registros de pensamentos disfuncionais, questionamentos comportamentais, técnicas de habilidades sociais, entre outras.
José Marconi
Psicólogo CRP 06/52072